quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

O JEJUM BÍBLICO

orai e jejuai.

O jejum bíblico é um ato voluntário, secundário, praticado por uma pessoa ou um grupo de pessoas que se abstêm de alimentação, com um objetivo lícito e definido. No contexto bíblico há vários exemplos de jejuns. Com bons e maus propósitos.

É ato secundário porque a oração é ação principal. Uma oração combinada com jejum é ferramenta poderosa para interceder diante de Deus por uma causa justa. Oração, jejum, propósito, tempo e fé. Água, cimento, pedra, areia e ferro. Separados, não têm a mesma resistência que possuem juntos. Estes materiais sob a ação da vontade de um construtor podem edificar um prédio. O jejum e a oração, na vontade e tempo do Senhor, põem abaixo qualquer muralha de "Jericó".

A vontade permissiva de Deus é o fator mais importante. No livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 12, é um exemplo bem claro disso. O Rei Herodes conseguiu matar Tiago, mas Pedro foi liberto por um anjo do Senhor. A morte de um e a liberdade de outro, ambas, tinham propósitos especiais. Não basta você querer. É a vontade do Senhor e o tempo por Ele determinado que prevalecem.

Certa ocasião, atuando como Pastor em uma congregação tive a oportunidade de praticar o jejuar por algumas vezes, e por propósitos diferentes. Em 1998, uma jovem senhora com câncer de colo do útero, estava internada em São Paulo. Ela usou 42 bolsas de sangue, ficou 69 dias internada, mas Jesus permitiu que voltasse, viva, para sua casa. Naquele mesmo tempo morreram de câncer o Leandro, da ex-dupla Leandro e Leonardo e a esposa do ex-beatle Paul MaCartney. Eles tinham muito dinheiro, mas aquela moça internada no Hospital São Paulo era crente e tinha Jesus.

O que eu faria, se em lugar daquela moça, fosse minha filha que estivesse com câncer? Fiz esta pergunta para mim mesmo. E eu mesmo respondi: estaria orando, jejuando, ansioso pela sua cura. Daí, tomei a decisão de jejuar por três dias, 72 horas seguidas. Assim pensei e assim jejuei. às 18:00 do terceiro dia, entreguei o jejum com uma última oração, na sala de minha casa. Tive de esperar alguns dias, até o tempo que o Senhor preparou. Seria desonesto de minha parte achar que entre tantas pessoas que oraram, Deus ouviria apenas minha oração. Nos detalhes do negócio percebi que todas as orações somadas à vontade do Senhor pouparam a vida daquela moça chamada Valdirene, minha prima.

Fizemos um segundo jejum, com a mesma duração, por um adolescente, que dos dois aos 13 anos vegetava em um leito com ajuda de oxigênio e alimentação por uma cânula na traqueia. De repente, a partir dos dois anos, fora vítima de um mal que tirou sua atividade cerebral. Embora eu tivesse jejuado da mesma forma e entregue o jejum com uma oração fervorosa, não houve resultado favorável. Tempos depois o garoto veio a falecer.

Em outra oportunidade, ainda como pastor, eu desejava muito que os crentes da Igreja recebessem o Batismo com o Espírito Santo. Por três vezes, em cultos de Santa Ceia do Senhor, eu chamei o povo a frente, para orar pelo batismo com o Espírito Santo. Foram três fiascos! Na primeira vez, passei vergonha. Na segunda a vergonha foi maior. Na terceira oportunidade, tornei a "quebrar a cara". Tomei uma decisão. Falei com Jesus " Senhor, daqui a algum tempo, quando a vergonha passar vou orar pela só mais uma vez. Se passar vergonha de novo, por orar e nada acontecer, olha Senhor, eu vou esquecer definitivamente deste assunto".

Por via das dúvidas jejuei, por três dias, de novo. isso uns seis meses depois do último fiasco. Chegou o dia de culto da Santa Ceia. Foi o culto de Ceia mais silencioso que já presenciara. E agora? Convidamos os irmãos que quisessem oração pelo Batismo com o Espírito Santo, e vieram bastantes irmãos. Mesmo com um coração preocupado, oramos. Jesus batizou três crentes. Batizou uma irmã, que era a senhora mais tímida da Igreja. Lá no último banco. No término da oração, lá do fundo, vem uma irmã caminhando e falando em línguas estranhas. Ela nunca mais foi tímida.

Em outras oportunidades de oração para batismo com o Espírito Santo, quando havia jejum de nossa parte, também havia pessoas batizadas. Eu tinha descoberto que não precisava esperar pela vinda do "anjo" nem um pregador de fora para agitar as "águas da fonte", para alguém receber o batismo. Há de se esclarecer, que seguia a orientação do Senhor, pois, as coisas sagradas não devem ser rotineiras.

Existe o jejum bíblico e o jejum antibíblico. Um exemplo de jejum que não tinha um propósito bíblico, está em 1Reis 21. "Então, Jezabel, mulher do Rei Acabe, lhe disse: Governas tu, agora, no reino de Israel? Levanta-te, come pão, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita. Então, escreveu cartas em nome de Acabe, e as selou com o seu sinete, e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na sua cidade e habitavam com Nabote. E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo". Depois disso, o acusaram falsamente de blasfêmia contra Deus e o Rei e o mataram apedrejado.

A maioria dos jejuns, na bíblia, tiveram propósitos de intercessão. Moisés jejuou 40 dias para que a presença de Deus não abandonasse o povo de Israel. Também intercedeu por Arão, o artífice do bezerro de ouro, o sacerdote sem juízo que despiu o povo para que dançasse nu em volta do tal bezerro. Deus ouviu a oração de Moisés, não abandonou o povo de Israel nem matou Arão.
Êxodo 34:28 "E esteve Moisés ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, os dez mandamentos".

Fundamentalmente o jejum que agrada mais a Deus, não é aquele feito com a abstinência de alimentos sólidos. Não adianta jejuar sejam quantos dias forem, se o autor do jejum tiver uma vida torta diante de Deus. Ele prefere a obediência em lugar de sacrifícios mesquinhos, egoístas, avarentos e hipócritas. Como certa vez ilustrou um antigo pastor: Se o seu carro está com o pneu furado, não adianta consertar a porta. O defeito está no pneu!" Uma vida de santidade, longe do pecado, um espírito humilde e quebrantado é a forma de "jejum" que o Senhor prefere. Para uma causa difícil e urgente, como foi a preocupação de Moisés, aí sim, cabe o jejum.

A duração do jejum depende orientação do Espírito Santo. Não é a quantidade de dias que importa. Tanto o início do jejum quanto seu final cabe ouvir a voz de Deus. Meio dia, para uma pessoa de idade avançada pode equivaler a um ou dois dias inteiros de alguém mais jovem. O que importa é um propósito santo, não mesquinho, não avarento, não para levar vantagem em assuntos mundanos. Lembre-se de que o diabo mandou Jesus transformar pedras em pães e Ele não obedeceu, mandou se atirar do alto do templo e Jesus não lhe ouviu, mandou Jesus se ajoelhar diante dele e foi repreendido.

Não se jejua com um propósito de perder peso. Isso é dieta.

Jejuar com água ou sem água? Um tipo de jejum tem maior valor que outro? O profeta Daniel se abstinha dos manjares da mesa do rei. Era uma forma de jejum.

Mateus 17:21 Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum. A princípio os discípulos expulsavam tantos demônios que estavam fazendo disso o assunto principal de suas conversas. Então o Senhor disse: "Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus. Lucas 10:20.

Para os que se detêm muito em detalhes e críticas, sobre com jejuar, podemos chegar a um bom acordo se examinarmos a passagem bíblica sobre o ensino de Jesus quanto as orações do fariseu e do publicano. O fariseu era perfeito no dízimo e no jejum, aos seus próprios olhos, enquanto que o publicano foi perfeito na oração, pois deus viu humildade em sua atitude. Às vezes, uma atitude exagerada na perfeição de alguma coisa, por exemplo: o próprio jejum, pode ser interpretada como presunção ou mesmo soberba.

O jejum proclamado no tempo da rainha Ester, em Ester 4:16, que teve a mesma duração do jejum do apóstolo Paulo, Atos 9:9, são jejuns de duração mais longa, e ambos foram feitos na direção do Senhor por uma situação de extremo perigo e outra de grande arrependimento.

E por fim, não se jejua por costume nem por qualquer circunstância, mas por uma causa necessária, grave e urgente.



autoria: João Cruzue.
proibida a copia sem nosso consentimento.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Governas tú, agora, no reino de Israel?
Monossílabo tônico terminado em "u" não leva acento.