"A menina mais bonita da Escola Estadual José Carlos Antunes"
Eloá e Nayara
João Cruzué
SP-17.10.08 - Eloá Cristina Pimentel está entre a vida e a morte, com um tiro na cabeça, tendo perdido massa cefálica, pois a bala atravessou quase todo o cérebro. Nayara, a melhor amiga, levou um tiro de na boca e não corre risco de morte. Olhe bem para estes dois sorrisos, porque eles foram roubados e apagados para sempre. João Cruzué
O que está na mídia
AGÊNCIA O ESTADO
Da Redação, com Vitor Hugo Brandalise e Marcela Spinosa
"SÃO PAULO - Considerada a menina mais bonita da escola e de 'cabelos negros e compridos', a jovem Eloá Cristina Pimentel e uma de suas melhores amigas, Nayara Rodrigues Vieira, ambas de 15 anos, saíram feridas ao final do seqüestro de mais de quatro dias a que foi submetida pelo ex-namorado Lindembergue Alves.
Heloá, uma adolescente extrovertida
Cabelos negros e compridos, olhos escuros puxados e um sorriso largo. Eloá Cristina Pimentel é considerada a menina mais bonita da Escola Estadual José Carlos Antunes, onde cursa a 1ª série do ensino médio em Santo André, a mesma dos outros três colegas que, junto com ela, foram mantidos reféns pelo ex-namorado da adolescente, todos de 15 anos: Nayara Rodrigues Vieira, seu namorado Iago Vilera, e Vitor Lopes.
A timidez dos 15 anos não combina com Eloá. Ela é uma menina falante e que adora música eletrônica. Filha de um segurança e de uma merendeira, nasceu em Maceió, Alagoas. A família vive em Santo André há 13 anos. O casal tem outros dois filhos. Foi nos arredores do conjunto habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) onde vive sua família que conheceu Lindembergue Fernandes Alves, também morador do conjunto.
Segundo amigos, após Alves terminar o namoro pela última vez - em 2 anos e 7 meses de relacionamento, terminou "mais de dez vezes" -, no início de agosto, Eloá decidiu que era definitivo. Passou a sair mais com o grupo de amigos da escola e a ignorar as chamadas do ex-namorado. "Isso foi o que mais doeu nele. Ela chorava na aula e dizia que não sabia o que ele podia fazer", diz uma colega. Ao longo do último mês e meio, o ex-namorado ligou todos os dias para ela. Dizia que precisavam conversar. Insistia. Chegou a ligar 15 vezes numa só tarde. "Ele gosta tanto dela que se desequilibrou", diz V., uma das melhores amigas de Eloá.
Nas últimas duas semanas, percebendo que o namoro não seria reatado, a implicância de Alves com os amigos de Heloá aumentou. Passou a fazer ameaças a dois garotos - um deles, o que enviou mensagem no celular de Eloá na tarde de segunda-feira, possivelmente o motivo de uma das agressões de Alves contra a ex-namorada. "Quando ele soube que a turma da escola iria para o (parque de diversões) Hopi Hari, ele ficou muito bravo", relata T.S., amigo de Lindembergue Alves.
Lindembergue Alves, um cara 'normal'
Lindembergue Alves, 22 anos, 1,75 metro e cerca de 70 quilos, tinha o apelido de "Liso", no conjunto da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde mora com a família, no Bloco 80 do mesmo conjunto da família de Eloá, que mora no 24. Descrito por vizinhos como ‘normal’ e ‘trabalhador’.
Caçula de quatro filhos - todos de pais diferentes -, Alves nasceu em Patos, na Paraíba e veio para São Paulo aos 2 anos. Completou o ensino fundamental e estudou até a 3.ª série do médio na Escola Estadual José Carlos Antunes - a mesma de Eloá -, até abandonar o estudo para trabalhar em tempo integral.
Auxiliar de produção, funcionário da empresa Cargas e Descargas Alphaville, prestadora de serviços para a Bombril em São Bernardo, Alves saía de casa por volta das 6 horas para voltar perto das 16. Nos fins de semana, complementava o salário - cerca de R$ 600, segundo amigos - trabalhando como entregador numa pizzaria das redondezas.
Às quintas-feiras à noite, Alves participava do programa típico dos jovens moradores do conjunto - ao som de funk, manobrava sua motocicleta pela Rua dos Dominicanos, na frente dos prédios, até por volta das 23 horas, enquanto a feira livre montada no local fica em pé. Também freqüentava as festas no "shoppinho", uma galeria comercial que concede, nos fins de semana, salas vazias para bailes funk."Album de Fotos - O Estado.
Comentários de João Cruzué
Eu fiquei chocado. Há menos de um ano, também perto da minha casa, eu voltava do trabalho quando vi dois adolescentes namorando. Ou quase isto. No outro dia, quando fazia o mesmo caminho, não pude passar pela Rua. O rapaz tinha assassinado a jovem no mesmo local do "namoro". As marcas de sangue ficaram ali ainda por muitos dias. Um assassinato é um ato infernal mesmo. Agora aconteceu com esta moça de apenas 15 anos.
Eu li a análise que um psiquiatra fez sobre o padrão do perfil do assassino, isso durante o seqüestro. Na interpretação do médico, a possibilidade de êxito na empresa era bem pequena, pois o sequestrador estava vivendo uma fantasia, como a de Dom Quixote De La Mancha com Dona Dulcinéia Del Toboso.
Três pontos mais a considerar:
1) "Caçula de quatro filhos - todos de pais diferentes" Acho que a raiz do problema começou aqui. Ele não cresceu em um lar, talvez nem em um meio-lar, então não seria uma pessoa "normal" como disseram os colegas.
2) Muito chopinho, bailes funks, moto, parques... E Deus onde é que ficou?
3) "Quando ele soube que a turma da escola iria para o (parque de diversões) Hopi Hari, ele ficou muito bravo", relata T.S., amigo de Lindembergue Alves." Não sei porque mais desde o princípio isso me lembrou aquela música Domingo no Parque de Gilberto Gil. Domingo no Parque de Gilberto Gil
(...)
"O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou
Juliana" (Eloá)
Nota: Porque faço postagens destes assuntos tristes? Resposta: Toda oportunidade é apropriada para testemunhar e falar do amor de Deus. Além disso, uma reportagem de repercursão nacional, traz leitores para as mensagens que escrevo. Eu não sou adepto de notícias de desgraças, mas uso algumas delas com objetividade.
cruzue@gmail.com
AGÊNCIA O ESTADO
Da Redação, com Vitor Hugo Brandalise e Marcela Spinosa
"SÃO PAULO - Considerada a menina mais bonita da escola e de 'cabelos negros e compridos', a jovem Eloá Cristina Pimentel e uma de suas melhores amigas, Nayara Rodrigues Vieira, ambas de 15 anos, saíram feridas ao final do seqüestro de mais de quatro dias a que foi submetida pelo ex-namorado Lindembergue Alves.
Heloá, uma adolescente extrovertida
Cabelos negros e compridos, olhos escuros puxados e um sorriso largo. Eloá Cristina Pimentel é considerada a menina mais bonita da Escola Estadual José Carlos Antunes, onde cursa a 1ª série do ensino médio em Santo André, a mesma dos outros três colegas que, junto com ela, foram mantidos reféns pelo ex-namorado da adolescente, todos de 15 anos: Nayara Rodrigues Vieira, seu namorado Iago Vilera, e Vitor Lopes.
A timidez dos 15 anos não combina com Eloá. Ela é uma menina falante e que adora música eletrônica. Filha de um segurança e de uma merendeira, nasceu em Maceió, Alagoas. A família vive em Santo André há 13 anos. O casal tem outros dois filhos. Foi nos arredores do conjunto habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) onde vive sua família que conheceu Lindembergue Fernandes Alves, também morador do conjunto.
Segundo amigos, após Alves terminar o namoro pela última vez - em 2 anos e 7 meses de relacionamento, terminou "mais de dez vezes" -, no início de agosto, Eloá decidiu que era definitivo. Passou a sair mais com o grupo de amigos da escola e a ignorar as chamadas do ex-namorado. "Isso foi o que mais doeu nele. Ela chorava na aula e dizia que não sabia o que ele podia fazer", diz uma colega. Ao longo do último mês e meio, o ex-namorado ligou todos os dias para ela. Dizia que precisavam conversar. Insistia. Chegou a ligar 15 vezes numa só tarde. "Ele gosta tanto dela que se desequilibrou", diz V., uma das melhores amigas de Eloá.
Nas últimas duas semanas, percebendo que o namoro não seria reatado, a implicância de Alves com os amigos de Heloá aumentou. Passou a fazer ameaças a dois garotos - um deles, o que enviou mensagem no celular de Eloá na tarde de segunda-feira, possivelmente o motivo de uma das agressões de Alves contra a ex-namorada. "Quando ele soube que a turma da escola iria para o (parque de diversões) Hopi Hari, ele ficou muito bravo", relata T.S., amigo de Lindembergue Alves.
Lindembergue Alves, um cara 'normal'
Lindembergue Alves, 22 anos, 1,75 metro e cerca de 70 quilos, tinha o apelido de "Liso", no conjunto da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde mora com a família, no Bloco 80 do mesmo conjunto da família de Eloá, que mora no 24. Descrito por vizinhos como ‘normal’ e ‘trabalhador’.
Caçula de quatro filhos - todos de pais diferentes -, Alves nasceu em Patos, na Paraíba e veio para São Paulo aos 2 anos. Completou o ensino fundamental e estudou até a 3.ª série do médio na Escola Estadual José Carlos Antunes - a mesma de Eloá -, até abandonar o estudo para trabalhar em tempo integral.
Auxiliar de produção, funcionário da empresa Cargas e Descargas Alphaville, prestadora de serviços para a Bombril em São Bernardo, Alves saía de casa por volta das 6 horas para voltar perto das 16. Nos fins de semana, complementava o salário - cerca de R$ 600, segundo amigos - trabalhando como entregador numa pizzaria das redondezas.
Às quintas-feiras à noite, Alves participava do programa típico dos jovens moradores do conjunto - ao som de funk, manobrava sua motocicleta pela Rua dos Dominicanos, na frente dos prédios, até por volta das 23 horas, enquanto a feira livre montada no local fica em pé. Também freqüentava as festas no "shoppinho", uma galeria comercial que concede, nos fins de semana, salas vazias para bailes funk."Album de Fotos - O Estado.
Comentários de João Cruzué
Eu fiquei chocado. Há menos de um ano, também perto da minha casa, eu voltava do trabalho quando vi dois adolescentes namorando. Ou quase isto. No outro dia, quando fazia o mesmo caminho, não pude passar pela Rua. O rapaz tinha assassinado a jovem no mesmo local do "namoro". As marcas de sangue ficaram ali ainda por muitos dias. Um assassinato é um ato infernal mesmo. Agora aconteceu com esta moça de apenas 15 anos.
Eu li a análise que um psiquiatra fez sobre o padrão do perfil do assassino, isso durante o seqüestro. Na interpretação do médico, a possibilidade de êxito na empresa era bem pequena, pois o sequestrador estava vivendo uma fantasia, como a de Dom Quixote De La Mancha com Dona Dulcinéia Del Toboso.
Três pontos mais a considerar:
1) "Caçula de quatro filhos - todos de pais diferentes" Acho que a raiz do problema começou aqui. Ele não cresceu em um lar, talvez nem em um meio-lar, então não seria uma pessoa "normal" como disseram os colegas.
2) Muito chopinho, bailes funks, moto, parques... E Deus onde é que ficou?
3) "Quando ele soube que a turma da escola iria para o (parque de diversões) Hopi Hari, ele ficou muito bravo", relata T.S., amigo de Lindembergue Alves." Não sei porque mais desde o princípio isso me lembrou aquela música Domingo no Parque de Gilberto Gil. Domingo no Parque de Gilberto Gil
(...)
"O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou
Juliana" (Eloá)
Por causa deste assunto esta foi uma sexta-feira horrível, para todos brasileiros, que não esperavam mais um fato trágico desses,nem eu.
João CruzuéNota: Porque faço postagens destes assuntos tristes? Resposta: Toda oportunidade é apropriada para testemunhar e falar do amor de Deus. Além disso, uma reportagem de repercursão nacional, traz leitores para as mensagens que escrevo. Eu não sou adepto de notícias de desgraças, mas uso algumas delas com objetividade.
cruzue@gmail.com
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